terça-feira, 18 de setembro de 2007

3.19 – Lá como cá, o galo anuncia o novo tempo



“Replicou-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes”. (Mateus, 26; 39;34).

A paráfrase acima extraída da Bíblia Sagrada, mostra o momento que antecedia o ato da traição de Judas no local conhecido como Getsêmani. E assim Jesus anunciou a Pedro que antes do galo cantar, ele o negaria.
Mas por quê utilizo a Bíblia para falar do galo? É porque há mais de dois mil anos que o fato é conhecido e Jesus que nasceu numa manjedoura teve como primeiros visitantes de seu nascimento os animais. Mesmo sendo um momento tão triste nessa passagem bíblica, Jesus deu ao galo uma importância muito grande, e é o seu canto em alta madrugada que nos traz a certeza de que um novo dia e um novo tempo está para chegar.
Nas cidades do interior os moradores mais antigos informam que se um galo cantar no momento em que está se formando uma tempestade, esta se desfaz num instante. E esse fato foi contado quando o autor desse trabalho residiu em Marataízes (Espírito Santo), por dois anos.
Curiosamente, tanto no alto da Igreja em Guarus, como no Convento, localizado no Largo da Carioca (Rio de Janeiro), há um galo de ferro apontando a direção do vento e anunciando a mudança de tempo. Mas vale lembrar também, que Santo Antônio, pertencia a Ordem Franciscana, criada por São Francisco de Assis, que é conhecido pelo seu amor aos animais.
Ao visitar o site do Convento de Santo Antônio (RJ) na Internet, encontrei estas palavras, escritas por Frei Luiz Sassi, em homenagem ao galo.


“Todos me chamam de Galo do Convento.Com prazer aceito!Sou o galo que mostra o tempo.
Em 1610, colocaram-me no tempoos portugueses... no frio e no vento!A chuva e o bom tempo indico!
Na invasão dos franceses me lembro,que os vi navegando ao vento,para depois saquearem o Convento.
Sou o galo mais velho...Se um dia do poleiro me tirarem:me deixem num museu, eu agüento!...”

Este mesmo Frei fez um relato a respeito do galo localizado no alto do Convento, eis o texto,

“Interessante é saber que da primeira “torre” se conserva uma importante relíquia. É o galo que encima as sineiras. Segundo Vieira Fazenda foi ele fundido em Lisboa e chegou ao Rio em 1610. Pode, pois, gloriar-se de ser o galo mais velho da cidade, e lá do alto de seu poleiro não é apenas um símbolo, lembrando a vigilância no serviço de Deus, mas também o barômetro que indica as mudanças de tempo, embora aconteça a ele o que é próprio das coisas deste mundo: falha não raro nas suas previsões”.

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